sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

QUANDO MORRE UM EDUCADOR, CHOVE…

  Hoje o dia amanheceu com uma tonalidade acinzentada, chuvendo muito desde a madrugada. Para quem viu o sol tão reluzente do dia anterior, estranhou a aparência acanhada de hoje. Mas quisera o dia entristecido ser apenas pela fuga do sol. Hoje, despediu-se da vida, silenciosa e inesperadamente o professor Nilson de França, um dos mais respeitáveis educadores de Nísia Floresta, cuja vida docente se deu na Escola Muncipal Yayá Paiva. O dia está triste porque reconhece a lacuna que ficará. Um pedaço do sol desapareceu. Foi-se um ser humano amado por todos porque espalhava luz onde estivesse.



    O professor Nilson educou gerações que com certeza estão abaladas, pois ele fez a diferença desde o início de sua carreira. Uma de suas marcas indeléveis foi a preocupação com a formação de todos os alunos. E para isso, fazia milagres. Ele equilibrava o ambiente discente para que todos aprendessem de igual para igual. Nunca ignorou quem apresentasse dificuldades no entendimento dessa disciplina considerada desafiadora, chamada Química. Seu maior foco foi permitir que o aluno desvendasse as Ciências Exatas, tornando-a agradável a todos.

Ele construía o conhecimento com ludicidade, buscando inúmeras formas de incluir o aluno. Era um exemplo em sala de aula, um exemplo nas feiras de Ciência, idealizando projetos que impactavam, encantando os alunos, pais e demais professores. Criou o projeto “QMK”. Transformou a Química num verbo e permitiu aos alunos conjugá-lo em todos os tempos. Era um sol esplendoroso dentro da escola. Um amigo amável e justo, homem politizado, inteligente, humano, social.

A partida desse profissional e ser humano exemplar nos comove, mas Deus sabe de todas as coisas, portanto, mesmo abalados, busquemos na oração o refrigério para essa dor. Humanamente falando, somos só tristeza, pois ele nos deixa cedo demais. Pelo que estamos acostumados a ver, ele ainda teria uma longa caminhada conosco, mas como dizem popularmente “estamos aqui só de passagem, zelando de coisas que ficam”. Não sabemos o dia de amanhã.


Resta-nos rezar por sua alma. Resta-nos seguirmos os exemplos desse grande educador, desse grande homem que marcou época. Contam os mais velhos que quando uma pessoa boa morre, chove e o dia entristece. A própria natureza veio anunciar a sua partida. Que bom que choveu. A chuva só confirmou tudo aquilo que já sabíamos. Descanse em paz, amado professor, Deus o recebe de braços abertos, portanto, em meio a tanta dor, somos felizes por saber que estarás no Paraíso.


Professor Josivaldo do Nascimento 

Coordenador Geral do Núcleo de Nisia Floresta e Diretor de Cultura do SINTERN

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