Estamos acostumados a ouvir que é só na escola que somos
educados. Será que a escola é a única responsável pela educação de crianças e
adolescentes? Gostaria de iniciar esta conversa, assim considero essas linhas
de reflexão, trazendo para o centro desta discussão a lei que organiza toda a
Educação no Brasil, estou falando da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (lei 9.394/1996) cujo artigo primeiro deixa claro que “a educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais”, portanto, para que alguém seja
educado de fato, é preciso garantir que esse sujeito tenha acesso aos bens
culturais do lugar em que vive, ao trabalho com dignidade — quando na idade adequada
—, à escola de qualidade e um seio familiar que o proteja, zele e valorize os
processos de educação, priorizando a aprendizagem.
Se a vida familiar está inserida nos
processos formativos da educação, é sensato dizer que a parceria entre escola e
pais é primordial no ensino e aprendizagem de nossas crianças e adolescentes.
Observemos que a escola é cercada de
rotinas, tanto para os profissionais que nela trabalham quanto para os alunos
que fazem uso das instalações e recebem instruções de vários professores diariamente.
Temos horário para chegar, para lanchar, para trocar de professor entre uma
aula e outra e para sair da escola. Da mesma maneira que a escola, a família
deve organizar a rotina de estudos de filhos.
A casa de cada um de nós apresenta uma
rotina diferente, algumas famílias são diurnas, outras tem hábitos noturnos, em
vista disso, para mim, é complexo dizer como deve ser a rotina de cada um. No entanto,
tenho algumas dicas.
Primeiramente, aconselho que seu filho
estude cerca de duas horas diárias além do horário destino à escola, pois ele
precisa fazer as atividades de casa, realizar leituras de livros e revisar o
que foi estudado no mesmo dia ou no dia anterior a aula do professor. Entretanto,
para que ele estude em casa, se faz necessário um lugar adequado, limpo,
arejado e confortável, onde o aluno sinta que aquele horário é destinado, sem
dúvidas, ao estudo extraescolar. Nesse período de estudo, o aluno não deve ser
incomodado pelos pais ou demais familiares e aconselhamos pelo não uso de
celulares (só se fizer parte de alguma forma do estudo) conectados em redes
sociais. Duas horas de estudo extraclasse podem tornar seu filho um campeão na
vida, além de um cidadão dotado de saberes conceituais e atitudinais, pois
rotina é sinônimo de hábito, foco, determinação.
A família é responsável integralmente pela
rotina de estudos dos filhos. Portanto, pai, mãe, tio, avô/avó e demais
responsáveis pelos estudantes, é responsabilidade, também de vocês, educar seus
filhos.
Jânio Elpídio de Medeiros
Professor de Matemática da
Escola Municipal Yayá Paiva. É Licenciado em Matemática pela Universidade
Federal Paraíba e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.