A tônica real de militarizar as escolas civis é engessar o passado do período militar, quando equivocados insistem em apregoar que aquele tempo foi melhor porque se cantava o hino nacional, hasteava-se e arriava-se a bandeira, havia mais respeito, mais "ordem e progresso" etc etc etc... Mentira! Esses valores permanecem vivos dentro de todas as escolas. O que morreu - não que eu aprove - foi a família tradicional (salvas raras exceções). As mulheres precisam trabalhar também. A droga toma conta do país. O pai está preso. A mãe está presa. O pai está no túmulo, morto porque era traficante A mãe também. A avó, sofrida, não tem energia para cuidar dos netos. Pretos, seguem humilhados. Os índios também. Já imaginou como irão sofrer os adolescentes que usam nome social diferente de seu sexo natural? E as questões de gênero, assunto que é fato dentro e fora das escolas, e os educadores (e todos os profissionais de outras áreas ) previsam estar preparados para essa realidade. São altos investimentos para adaptar os militares dentro das escolas sem necessidade alguma. Municípios que pedem educação cívico-militar passam atestados de que seu corpo educacional discente é incompetente. Professores que aplaudem militares dentro das escolas que pertencem ao professor civil, aplaude a sua incompetência. Escola civil é espaço de educadores civis. Não podemos entegá-las a quem deveria estar zelando de quartéis e escolas militares. O Brasil segue a linha 'paulofreireana', seu maior monumento da Educação. Ela é o oposto da educação militar. O problema não é o professor e a escola. O problema é o não direcionamento da devida parcela do PIB às escolas. Elas precisam de estrutura e logística. Além do seu papel principal de construir o conhecimento, os professores e escolas precisam ser preparados para trabalhar com crianças que não tem família tradicional, a qual é maioria ( já que entendem que é ela que faz falta). A humanidade nao pensa como na época da Ditadura Militar. Tudo mudou. As coisas caminharam. A escola de hoje parou no tempo enquanto tudo se modificou. Os problemas educacionais se agigantaram. As escolas estão sucateadas devido a um contexto complexo. Não é por incompetência docente. Há, sim, professores falhos, mas são minoria. Há profissionais falhos em todos as profissões. Inclusive há militares excepcionais e também militares medíocres. O equívoco é tão tosco que acham que colocando fardas e ensinando meninos e meninas a prestar continência estará resolvido. O problema é transparente. Não enxerga quem quer. Não é farda ao estilo polícia que minará os problemas de falta de estrutura nas escolas e falta de investimentos nos professores. Não é a imagem de homens usando armas na cintura que melhorará a educação. Isso é propaganda militar. É propaganda de governo. É coerção. Escola é lugar de Educadores, de pedagogos e profissionais formados nas áreas de Educação. Gastar dinheiro para preparar militares para entrar na tônica de educadores - na acepção plena da palavra - é gasto colossal que pode ser evitado se investissem dignamente nos educadores e nas escolas. Aos militares se deve investir em inteligência para, de mãos dadas com a sociedade -incluindo as escolas (mas não dentro delas) - construírem uma sociedade culta, avançada, promissora. Militar deve cuidar de ruas, da cidade, das fronteiras, dos ares, dos mares, das florestas... Colocá -los dentro de escolas civis é desvio de função. Excetuando isso, lugar de militar é nas escolas de preparação de militares. Endossar essa ideia ideológica de militarizar as escolas civis é cumprir o prazer mórbido de alguns militares equivocados que querem desmoralizar o professor civil. É uma espécie de vingança contra os professores equivocadamente taxados de comunistas, socialistas, petistas, enfim, tudo o que de mal impera no Brasil é atribuído aos que têm linha de esquerda. Falam que a educação nas escolas militares é exemplar. É necessário rever o conceito de "exemplar". Compare os investimentos feitos às escolas militares e às escolas civis. São incomparáveis. Mesmo assim há heroísmos em muitas escolas civis. Escolas públicas de Sobral, no Ceará, tem IDEB maior que escolas militares. Pesquise o que acontece na escola de Cocal dos Alves, no Piauí. É referência em Educação no Brasil (pasme: escolas públicas de estados tão atacados do Nordeste do Brasil). Vários exemplos maravilhosos de Educação de qualidade emolduram a região metropolitana de Natal. Enfim é muita deturpação da realidade. A ignorância dita os últimos dias da Educação brasileira. Aliás de vários segmentos do Governo Federal. Tenho esperança grandiosa de que tudo isso é passageiro. Estamos num pesadelo perigoso. Não pode demorar...
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